Narração da Bianca
-Tá tudo bem com você? - Senti André bem próximo de mim e eu o empurrei como pude.
-O que você acha? - Grunhi sentindo-me humilhada.
Sua risada me arrepiou. Eu estava com os braços formigando de tanto tempo presa, meu corpo doía. A corda que prendia meus pulsos eram apertadas, eu estava de pé, meus tornozelos estavam doendo, amarrados com uma outra corda. Me impossibilitando de sair do lugar. André foi mil vezes pior dessa vez. Não me alimentou e eu estou um dia sem ir ao banheiro.
-Seu maridinho está vindo! - Paro pra encarar ele. Meu coração chega a vacilar. -Pode ficar feliz, mas não por muito tempo.
-O que você tá tramando? - Minha voz sai fraca, mais fraca do que eu imaginava.
-Nada, lindinha. - Ele passa a mão no meu rosto e eu me esquivo do seu contato, sem muito sucesso, ele gruda no meu corpo e beija meu pescoço, tento me afastar mas tem uma parede atrás de mim. - Não precisa fugir de mim. Você sabe o quanto eu te adoro.
A barba dele roça na minha pele e eu só sinto vontade de vomitar, mesmo sem ter nada no meu estomago.
-Eu te odeio! - Junto o pingo das minhas forças que me restam e o empurro. - Não encosta em mim! - Gemo em frustração. As minhas lagrimas embaçam minha visão, minhas mãos amarradas me impedem de secar as lagrimas que não param de descer.
O celular dele começou a tocar e ele se afastou, saltitante. Perdi mais uma vez a noção do tempo. Eu chegava a cochilar por cansaço e fraqueza e acordava assustada e me lamentando por estar presa.
-Linda, ele já está vindo! - André entrou e logo saiu. Passou mais algum tempo e ouço um barulho de carro. André entra no quarto onde eu estou amarrada e puxa uma fita adesiva.
-Não, não, não! - Tento me desviar mas ele é forte e me amordaça. Agora não posso gritar. André me beija por cima da fita mas mesmo assim eu luto contra aquele contato. Nojo.
Ele se retira e eu tento ouvir o que está acontecendo lá fora. Ouço a voz do meu amor, mas ele discute com o André. As vozes estridentes se aproximam e vejo o meu amor entrando, André logo atrás com uma arma apontada pro Luan.
-Olha só quem eu deixei vir. Seu amorzinho.
-Bia! - Luan correu até mim me avaliando.
-Não encosta nela, se afasta! - André usou o tom de autoridade.
-Solta ela! - Luan gritou pro André que riu.
-Não vou soltar ninguém. E se afasta porque eu não estou pra brincadeiras. -André sacodiu a arma mandando o Luan se afastar. Luan se afastou levantando as mãos pro alto como se rendesse, Luan me encarava o tempo todo, seus olhos fundos deram a certeza do que eu pensava: Luan não dormiu nada a noite passada, me preocupo com Isabel e Pietro. André falou que Ryan estava muito bem com Aline mas duvido muito.
-O que você quer?
-Vamos fazer uma brincadeirinha... Está vendo essa arma? Vamos brincar com ela. - André abriu a parte onde as balas ficavam armazenadas e deixou cair cinco, deixando uma única na arma, ele girou e fechou o armazenamento.
-Começa você! - André deslizou a arma e Luan encarou ele sem entender. - ANDA!
-Pra que isso?
-Faz o que eu to mandando!
-Fazer o que:?
Eu já estava entendendo, Me debati assustada.
-Quer que você mire em você e atire, se tiver sorte não vai morrer.
-Isso é brincadeira né? - Luan falou assustado.
-NÃO É BRINCADEIRA, PORRA!
André mantinha a sua outra arma apontada pro Luan.
Luan pegou a arma, dava pra ver que ele não queria fazer isso, eu também não queria que ele fizesse aquilo, me debatia angustiada, eu tentava gritar através da fita grossa colada na minha boca, as lagrimas rolavam no meu rosto.
-Anda! - André tinha o sorriso aberto.
-O que você vai ganhar com isso?
-A Bianca só pra mim!
-Você nunca vai ter ela, ela nunca vai querer você, nunca vai te amar como me ama!
-Foda-se. Ela vai ser obrigada a ficar comigo. -Luan olhou pra mim, eu piscava insistentemente, doía em mim saber que ele estava sendo obrigado a fazer isso.
Luan encarou a arma e levou a mesma até a cabeça, fechou os olhos e eu já não enxergava direito e então fechei os olhos ouvindo o "Tec" da arma, respirei aliviada por não ter bala na válvula. Respirei ofegante, abri meus olhos e encarei os dois. André continuava sorrindo, Luan colocou a arma na mesa e André pegou de volta.
-Agora é a minha vez. - André fez a mesma coisa que o Luan fez com a arma. Eu ansiava que aquela bala fosse a próxima e ele morresse me deixando livre dele mas não foi o que eu mais queria, e agora era a vez do Luan, outra vez as minhas lagrimas se fizeram presente.
-Agora é a sua vez, e você! - Apontou pra mim - vai ficar de olhos abertos dessa vez. Luan pegou a arma e mirou nele. André me encarava e me forçava a ver tudo aquilo, Luan fechou os olhos e apertou o gatilho, MERDA! Aquilo é torturante, por sorte não foi dessa vez que a bala saiu da arma. Agora era a vez do André mas antes ele tirou o celular do bolso.
-Fala. Aline? - André começou a falar e eu prestei atenção no Luan.
Ele Puxou a calça mostrando o tornozelo com a arma que ele tomou de mim, ai se ele não tivesse tomado de mim, André estava morto e eu tinha matado! Luan fez sinal para eu me acalmar e puxou a arma colocando na cintura atrás.
-Tá, tá... Podem vir, assim esse pirralho se despede do pai... Vocês vão ver! - André desligou e voltou a nos olhar. - Minha vez, não é mesmo? - Ele levou a arma na cabeça fechando os olhos levemente. Implorei mentalmente que ele se desse o tiro de uma vez, mas mais uma vez não aconteceu. MERDA.
André jogou a arma de volta pra mesa pro Luan pegar mas antes do Luan fazer de novo o ritual que o André tanto insistia, Julia entrou como furação, logo atrás Ryan que arregalou os olhos e fez menção pra vir mais perto porem Aline segurava seu braço.
-O que vocês estão fazendo? Meu Deus! - Ryan exclamou aterrorizado. - Soltem minha mãe, porra! Pai? - Ryan encarou a arma na mão dele, era um baque pra ele. - E quem é você? - Encarou o André com nojo.
-Fica quietinho com a sua mamãezinha ai pra não sobrar pra você!
-O que? - Ele estava assustado, não tinha ideia quem era ele e eu nem podia explicar. - Mãe! - Ele veio pra perto de mim tirando a fita da minha boca rapidamente.
-Sai de perto dela moleque! - André agarrou a gola da camisa do meu filho e puxou. - Anda, filho da puta, atira! - Falou pro Luan. - Ou esse moleque morre nas minhas mãos!
A dor era piro, meu menino estava nas mãos do cara que eu mais odiava, Luan estava na mira da própria arma, faltando só duas balas. Agora era tudo ou nada. Eu não entendia o plano do Luan com aquela arma que estava agora na cintura dele.
-Vamos fazer um acordo!
-Não quero fazer acordo nenhum, porra! Quero você morto!
-Certo, você libera a Bianca e o Ryan, você me quer morto! - Aquela frase me desequilibrou, não tinha forças pra sair daqui e deixar ele, nem minha voz saía pra poder protestar.
-Você acha que eu sou bobo? Bianca é minha!
-Ela não tem forças pra correr, você vai conseguir pegar ela de volta, só não quero que ela sofra mais por me ver morto. - O nó que se formou na minha garganta foi maior que todos que eu já tive, não quero sair dali e perder meu amor, não assim. As lagrimas desceram queimando minha vista.
-Certo! - Ele empurrou Ryan em direção ao Luan - Se despede do papaizinho.
André foi me soltando aos poucos me deixando livre. Eu não tinha forças e eu não queria deixar meu amor ali. Vi Luan entregar algo pro Ryan e falar com ele baixinho, mantive André ocupado para qual seja o plano do Luan com o filho der certo.
-Eu não quero ir!
Luan me abraçou dizendo que daria tudo certo, beijou minha cabeça Mesmo protestando, Ryan me carregou dali, ele tinha força, era mais alto que eu e parecia que ficou muito bem com a Aline. Se eu sobrevivesse aquela noite eu perguntaria pro Ryan o que aconteceu com todas as preocupações de "Não aceite nada de estranhos" Que ele tanto ouviu de mim e do seu pai, que essa hora estava na mira do André. Ryan destravou o carro e me colocou na banco de trás, não entendi, mas quando ele assumiu o banco do motorista meu alarme acionou, ela sabia dirigir pelo que o Luan ensinou, nas poucas vezes.
-Ryan, você não sabe dirigir!
-Mãe, me deixa fazer a coisa certa!
-Seu pai... - Segurei seu braço antes de ligar o carro.
-Ele disse que era pra fugir, mãe. Eu não quero perder a senhora também...
Ele estava chorando, eu não aguentei e chorei. Ouvimos um tiro e seguido de mais outros incontáveis. Chorei como nunca chorei. Não vi quando o meu filho ligou o carro e deu a partida nos levando, em alta velocidade.
Narração do Ryan.
Eu estava confuso, eu nunca passei por isso na minha vida, quando eu fui me despedir do meu pai ele me pediu que eu cuidasse da minha mãe e que pegasse o carro dele e dirigisse na toda velocidade que eu mais queria quando ele me ensinava, mas eu não podia. Agora ele me deu a liberdade de fugir e ir pra delegacia mais próxima e explicasse o lugar de onde eu e minha mãe estava vindo.
Depois que eu ouvi os tiros não pensei duas vezes em ouvir meu pai me mandar cuidar da minha mãe.
Narração do Luan.
André me pressionou pra atirar em mim mesmo mas eu já havia trocado a arma que antes estava na minha cintura, agora estava na minha mão, eu tinha que ser rápido e certeiro, não podia errar. Mirei a terceira vez na cabeça, destravei o gatilho e menos de um segundo eu já mirei no André soltando um tiro, destravei o gatilho algumas vezes e acertei antes dele cair e ainda dá um tiro na minha perna. A minha dor foi grande, mas a gloria de ter dado tantos tiros nele foi melhor. Ele morreu digno de tanta maldade que ele fez. Apontei a arma pra Aline e Julia me sentindo cego, estava cego de sangue. Elas colocaram as mãos para o alto em rendição e neguei com credulidade, duas mulheres que foram importante pra mim e pra Bianca nos deram uma punhalada pelas costas.
Eu queria tanto me vingar que a dor na minha perna era pouca, queria mata-las e mostrar que eu prevaleci fielmente, por mais que eu não fosse de nada, eis estou aqui pra defender a minha família com unhas e dentes, queria eu gritar agora com André e dizer que ele nunca foi de nada, além de uma assombração da minha vida.
-A policia está chegando e não quero um pio de vocês! - Rosnei para as duas que assentiram com a maior cara de medo. Tirei a minha camisa e amarrei na perna, afim de estancar o sangue.
A policia demorou mais que eu imaginava pra chegar. Quando finalmente chegou eu entreguei a arma que eu usei pra me defender do maldito filho da puta, as duas foram presas. Um dos policiais me levou até a ambulância que chegou rápido quando perceberam que eu estava baleado. Não queria ir pela ambulância pois sabia que eu me desencontraria da Bianca.
O medico me contou que a bala entrou e saiu da minha perna por um milagre. Suspirei mais calmo, não precisaria retirar nada e apenas levar alguns pontos que ele mesmo fez na ambulância. Insistiu que eu precisava de ficar em repouso descansando, mas quem disse que eu ia descansar depois de uma noite turbulenta? Quando cheguei a primeira pessoa conhecida que eu vi foi meus pais, eles estavam preocupados e sem me deixar falar o enfermeiro que me conduzia na cadeira de rodas disse a eles que eu estava bem.
-Cadê a Bianca e o Ryan? E a Isabel e o Pietro? - Questionei preocupado.
O enfermeiro se encarregou de me levar até o quarto onde minha família estava. Bianca estava dormindo na cama, me levantei com alguns protestos mas ignorei. Minha menina. Meu filho me abraçou e me disse que fez tudo que eu tinha mandado fazer. Chorou no meu ombro e pediu que nunca eu fizesse aquele tipo de pedido pois ele não iria fazer. Sorri aliviado. Isabel também veio pro meu abraço, a minha menininha, como eu senti saudade dessa moleca. Pietro dormia no sofá do quarto. Meus pais levaram as crianças, cientes que eu não ia descansar em casa com a minha mulher aqui. E sem discussão eles foram. Fiquei velando o sono da minha guerreira até ela acordar, quando isso aconteceu eu agarrei seu corpo e trocamos juras de amor.
-Tá tudo bem com você? - Senti André bem próximo de mim e eu o empurrei como pude.
-O que você acha? - Grunhi sentindo-me humilhada.
Sua risada me arrepiou. Eu estava com os braços formigando de tanto tempo presa, meu corpo doía. A corda que prendia meus pulsos eram apertadas, eu estava de pé, meus tornozelos estavam doendo, amarrados com uma outra corda. Me impossibilitando de sair do lugar. André foi mil vezes pior dessa vez. Não me alimentou e eu estou um dia sem ir ao banheiro.
-Seu maridinho está vindo! - Paro pra encarar ele. Meu coração chega a vacilar. -Pode ficar feliz, mas não por muito tempo.
-O que você tá tramando? - Minha voz sai fraca, mais fraca do que eu imaginava.
-Nada, lindinha. - Ele passa a mão no meu rosto e eu me esquivo do seu contato, sem muito sucesso, ele gruda no meu corpo e beija meu pescoço, tento me afastar mas tem uma parede atrás de mim. - Não precisa fugir de mim. Você sabe o quanto eu te adoro.
A barba dele roça na minha pele e eu só sinto vontade de vomitar, mesmo sem ter nada no meu estomago.
-Eu te odeio! - Junto o pingo das minhas forças que me restam e o empurro. - Não encosta em mim! - Gemo em frustração. As minhas lagrimas embaçam minha visão, minhas mãos amarradas me impedem de secar as lagrimas que não param de descer.
O celular dele começou a tocar e ele se afastou, saltitante. Perdi mais uma vez a noção do tempo. Eu chegava a cochilar por cansaço e fraqueza e acordava assustada e me lamentando por estar presa.
-Linda, ele já está vindo! - André entrou e logo saiu. Passou mais algum tempo e ouço um barulho de carro. André entra no quarto onde eu estou amarrada e puxa uma fita adesiva.
-Não, não, não! - Tento me desviar mas ele é forte e me amordaça. Agora não posso gritar. André me beija por cima da fita mas mesmo assim eu luto contra aquele contato. Nojo.
Ele se retira e eu tento ouvir o que está acontecendo lá fora. Ouço a voz do meu amor, mas ele discute com o André. As vozes estridentes se aproximam e vejo o meu amor entrando, André logo atrás com uma arma apontada pro Luan.
-Olha só quem eu deixei vir. Seu amorzinho.
-Bia! - Luan correu até mim me avaliando.
-Não encosta nela, se afasta! - André usou o tom de autoridade.
-Solta ela! - Luan gritou pro André que riu.
-Não vou soltar ninguém. E se afasta porque eu não estou pra brincadeiras. -André sacodiu a arma mandando o Luan se afastar. Luan se afastou levantando as mãos pro alto como se rendesse, Luan me encarava o tempo todo, seus olhos fundos deram a certeza do que eu pensava: Luan não dormiu nada a noite passada, me preocupo com Isabel e Pietro. André falou que Ryan estava muito bem com Aline mas duvido muito.
-O que você quer?
-Vamos fazer uma brincadeirinha... Está vendo essa arma? Vamos brincar com ela. - André abriu a parte onde as balas ficavam armazenadas e deixou cair cinco, deixando uma única na arma, ele girou e fechou o armazenamento.
-Começa você! - André deslizou a arma e Luan encarou ele sem entender. - ANDA!
-Pra que isso?
-Faz o que eu to mandando!
-Fazer o que:?
Eu já estava entendendo, Me debati assustada.
-Quer que você mire em você e atire, se tiver sorte não vai morrer.
-Isso é brincadeira né? - Luan falou assustado.
-NÃO É BRINCADEIRA, PORRA!
André mantinha a sua outra arma apontada pro Luan.
Luan pegou a arma, dava pra ver que ele não queria fazer isso, eu também não queria que ele fizesse aquilo, me debatia angustiada, eu tentava gritar através da fita grossa colada na minha boca, as lagrimas rolavam no meu rosto.
-Anda! - André tinha o sorriso aberto.
-O que você vai ganhar com isso?
-A Bianca só pra mim!
-Você nunca vai ter ela, ela nunca vai querer você, nunca vai te amar como me ama!
-Foda-se. Ela vai ser obrigada a ficar comigo. -Luan olhou pra mim, eu piscava insistentemente, doía em mim saber que ele estava sendo obrigado a fazer isso.
Luan encarou a arma e levou a mesma até a cabeça, fechou os olhos e eu já não enxergava direito e então fechei os olhos ouvindo o "Tec" da arma, respirei aliviada por não ter bala na válvula. Respirei ofegante, abri meus olhos e encarei os dois. André continuava sorrindo, Luan colocou a arma na mesa e André pegou de volta.
-Agora é a minha vez. - André fez a mesma coisa que o Luan fez com a arma. Eu ansiava que aquela bala fosse a próxima e ele morresse me deixando livre dele mas não foi o que eu mais queria, e agora era a vez do Luan, outra vez as minhas lagrimas se fizeram presente.
-Agora é a sua vez, e você! - Apontou pra mim - vai ficar de olhos abertos dessa vez. Luan pegou a arma e mirou nele. André me encarava e me forçava a ver tudo aquilo, Luan fechou os olhos e apertou o gatilho, MERDA! Aquilo é torturante, por sorte não foi dessa vez que a bala saiu da arma. Agora era a vez do André mas antes ele tirou o celular do bolso.
-Fala. Aline? - André começou a falar e eu prestei atenção no Luan.
Ele Puxou a calça mostrando o tornozelo com a arma que ele tomou de mim, ai se ele não tivesse tomado de mim, André estava morto e eu tinha matado! Luan fez sinal para eu me acalmar e puxou a arma colocando na cintura atrás.
-Tá, tá... Podem vir, assim esse pirralho se despede do pai... Vocês vão ver! - André desligou e voltou a nos olhar. - Minha vez, não é mesmo? - Ele levou a arma na cabeça fechando os olhos levemente. Implorei mentalmente que ele se desse o tiro de uma vez, mas mais uma vez não aconteceu. MERDA.
André jogou a arma de volta pra mesa pro Luan pegar mas antes do Luan fazer de novo o ritual que o André tanto insistia, Julia entrou como furação, logo atrás Ryan que arregalou os olhos e fez menção pra vir mais perto porem Aline segurava seu braço.
-O que vocês estão fazendo? Meu Deus! - Ryan exclamou aterrorizado. - Soltem minha mãe, porra! Pai? - Ryan encarou a arma na mão dele, era um baque pra ele. - E quem é você? - Encarou o André com nojo.
-Fica quietinho com a sua mamãezinha ai pra não sobrar pra você!
-O que? - Ele estava assustado, não tinha ideia quem era ele e eu nem podia explicar. - Mãe! - Ele veio pra perto de mim tirando a fita da minha boca rapidamente.
-Sai de perto dela moleque! - André agarrou a gola da camisa do meu filho e puxou. - Anda, filho da puta, atira! - Falou pro Luan. - Ou esse moleque morre nas minhas mãos!
A dor era piro, meu menino estava nas mãos do cara que eu mais odiava, Luan estava na mira da própria arma, faltando só duas balas. Agora era tudo ou nada. Eu não entendia o plano do Luan com aquela arma que estava agora na cintura dele.
-Vamos fazer um acordo!
-Não quero fazer acordo nenhum, porra! Quero você morto!
-Certo, você libera a Bianca e o Ryan, você me quer morto! - Aquela frase me desequilibrou, não tinha forças pra sair daqui e deixar ele, nem minha voz saía pra poder protestar.
-Você acha que eu sou bobo? Bianca é minha!
-Ela não tem forças pra correr, você vai conseguir pegar ela de volta, só não quero que ela sofra mais por me ver morto. - O nó que se formou na minha garganta foi maior que todos que eu já tive, não quero sair dali e perder meu amor, não assim. As lagrimas desceram queimando minha vista.
-Certo! - Ele empurrou Ryan em direção ao Luan - Se despede do papaizinho.
André foi me soltando aos poucos me deixando livre. Eu não tinha forças e eu não queria deixar meu amor ali. Vi Luan entregar algo pro Ryan e falar com ele baixinho, mantive André ocupado para qual seja o plano do Luan com o filho der certo.
-Eu não quero ir!
Luan me abraçou dizendo que daria tudo certo, beijou minha cabeça Mesmo protestando, Ryan me carregou dali, ele tinha força, era mais alto que eu e parecia que ficou muito bem com a Aline. Se eu sobrevivesse aquela noite eu perguntaria pro Ryan o que aconteceu com todas as preocupações de "Não aceite nada de estranhos" Que ele tanto ouviu de mim e do seu pai, que essa hora estava na mira do André. Ryan destravou o carro e me colocou na banco de trás, não entendi, mas quando ele assumiu o banco do motorista meu alarme acionou, ela sabia dirigir pelo que o Luan ensinou, nas poucas vezes.
-Ryan, você não sabe dirigir!
-Mãe, me deixa fazer a coisa certa!
-Seu pai... - Segurei seu braço antes de ligar o carro.
-Ele disse que era pra fugir, mãe. Eu não quero perder a senhora também...
Ele estava chorando, eu não aguentei e chorei. Ouvimos um tiro e seguido de mais outros incontáveis. Chorei como nunca chorei. Não vi quando o meu filho ligou o carro e deu a partida nos levando, em alta velocidade.
Narração do Ryan.
Eu estava confuso, eu nunca passei por isso na minha vida, quando eu fui me despedir do meu pai ele me pediu que eu cuidasse da minha mãe e que pegasse o carro dele e dirigisse na toda velocidade que eu mais queria quando ele me ensinava, mas eu não podia. Agora ele me deu a liberdade de fugir e ir pra delegacia mais próxima e explicasse o lugar de onde eu e minha mãe estava vindo.
Depois que eu ouvi os tiros não pensei duas vezes em ouvir meu pai me mandar cuidar da minha mãe.
Narração do Luan.
André me pressionou pra atirar em mim mesmo mas eu já havia trocado a arma que antes estava na minha cintura, agora estava na minha mão, eu tinha que ser rápido e certeiro, não podia errar. Mirei a terceira vez na cabeça, destravei o gatilho e menos de um segundo eu já mirei no André soltando um tiro, destravei o gatilho algumas vezes e acertei antes dele cair e ainda dá um tiro na minha perna. A minha dor foi grande, mas a gloria de ter dado tantos tiros nele foi melhor. Ele morreu digno de tanta maldade que ele fez. Apontei a arma pra Aline e Julia me sentindo cego, estava cego de sangue. Elas colocaram as mãos para o alto em rendição e neguei com credulidade, duas mulheres que foram importante pra mim e pra Bianca nos deram uma punhalada pelas costas.
Eu queria tanto me vingar que a dor na minha perna era pouca, queria mata-las e mostrar que eu prevaleci fielmente, por mais que eu não fosse de nada, eis estou aqui pra defender a minha família com unhas e dentes, queria eu gritar agora com André e dizer que ele nunca foi de nada, além de uma assombração da minha vida.
-A policia está chegando e não quero um pio de vocês! - Rosnei para as duas que assentiram com a maior cara de medo. Tirei a minha camisa e amarrei na perna, afim de estancar o sangue.
A policia demorou mais que eu imaginava pra chegar. Quando finalmente chegou eu entreguei a arma que eu usei pra me defender do maldito filho da puta, as duas foram presas. Um dos policiais me levou até a ambulância que chegou rápido quando perceberam que eu estava baleado. Não queria ir pela ambulância pois sabia que eu me desencontraria da Bianca.
O medico me contou que a bala entrou e saiu da minha perna por um milagre. Suspirei mais calmo, não precisaria retirar nada e apenas levar alguns pontos que ele mesmo fez na ambulância. Insistiu que eu precisava de ficar em repouso descansando, mas quem disse que eu ia descansar depois de uma noite turbulenta? Quando cheguei a primeira pessoa conhecida que eu vi foi meus pais, eles estavam preocupados e sem me deixar falar o enfermeiro que me conduzia na cadeira de rodas disse a eles que eu estava bem.
-Cadê a Bianca e o Ryan? E a Isabel e o Pietro? - Questionei preocupado.
O enfermeiro se encarregou de me levar até o quarto onde minha família estava. Bianca estava dormindo na cama, me levantei com alguns protestos mas ignorei. Minha menina. Meu filho me abraçou e me disse que fez tudo que eu tinha mandado fazer. Chorou no meu ombro e pediu que nunca eu fizesse aquele tipo de pedido pois ele não iria fazer. Sorri aliviado. Isabel também veio pro meu abraço, a minha menininha, como eu senti saudade dessa moleca. Pietro dormia no sofá do quarto. Meus pais levaram as crianças, cientes que eu não ia descansar em casa com a minha mulher aqui. E sem discussão eles foram. Fiquei velando o sono da minha guerreira até ela acordar, quando isso aconteceu eu agarrei seu corpo e trocamos juras de amor.
A mulher quase morri aqui. Mais simplesmente amei
ResponderExcluirSocorro, eu estou aflita ate agora. Roleta russa me assusta cara. Gracas a Deus deu tudo certo🙌
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