quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Capitulo 134

O celular tocou e meu coração errou as batidas, peguei o aparelho e verifiquei quem me ligava, era a Laura, suspirei mais frustrada, cadê ele hein?
-Oi Laura! - falei desanimada.
-Nossa que animação! Pode vir me buscar no aeroporto?
-Você não pode vir de taxi? Eu to esperando uma noticia seria nesse momento!
-O que aconteceu? - Ela entrou em alerta, não queria falar por telefone.
-Não é hora de falar disso, ainda mais por telefone!
-Bia você tá me assustando!
-Lau só vem pra cá? - Pedi.
-Tá! Vou dá meu jeito aqui! Beijo! - Ela desligou e eu fiquei andando de um lado para o outro angustiada, queria o meu amor aqui e rápido. Cuidei logo de me ocupar, tirei as crianças da piscina e fui colocar eles pra tomar banho, olhava o celular insistidas vezes, até que quando eu estava dando banho na Isabel, Luan apareceu. Larguei tudo que eu estava fazendo pra abraçar ele.
-Pronto! Agora estamos bem! Relaxa que ele nunca mais vai aparecer! - Luan beijou minha cabeça, eu sabia que algo estava errado, mas não podia questionar nada na frente das crianças.

Narração do Luan.

Eu nunca imaginei ter que ter passado por aquilo, foi assustador ter aquela cena diante dos meus olhos. Eu não queria dá essa noticia pra Bianca mas era inevitável, eu só não sabia como dizer. Como planejado fui entregar a mochila de dinheiro. O velho estava com os bandidos que no momento em que ele pegou a mochila pra conferir os caras saíram da van armados e o forçou a entrar dentro da van, nessas horas que eu agradeço por Bia não ter vindo comigo, ela ia sofrer vendo o pai dela sofrer, por mais que eu o odiasse me doeu não poder defender ele. Tentei dá um passo a frente e um colocou a arma diante de mim me impedindo de ajudar, ele me obrigou a entrar no meu carro e voltar pra casa, antes de dar a partida ouvi um tiro de dentro da van e eu temia não ser o que eu achava que era. Exatamente assim, ainda fiquei traumatizado com aquela cena e com que eu escutei. Tive que voltar dirigindo mais devagar de como eu estava indo, minhas pernas tremiam e eu não sabia o que pensar. Fiquei um bom tempo na esquina da minha casa tentando organizar meus pensamentos, eu nunca imaginei está no meio de um fogo cruzado, entre a cruz e a espada.
Depois que eu cheguei em casa tentando manter a tranquilidade, eu fui tomar um banho, eu precisava. Mas tive que sair correndo, ouvia-se os gritos. O que estava acontecendo nessa casa? Corri vestindo qualquer roupa e desci vendo a Bianca sendo amparada pela Julia e a Laura.
-O que aconteceu gente?
-Você disse que tinha resolvido tudo! Tudo o que? Matado o meu pai? Como pode? - Bianca tinha os olhos furiosos, mesmo chorando.
-Bianca, claro que não! Eu nunca mataria ninguém, nem seu pai! - Olhei meus pequenos ainda ali na sala, não era assunto pra eles escutarem. - Crianças vão lá pro quarto de brinquedos? Papai já vai lá! - Beijei cada um deles, eles foram e eu voltei a olhar para as três. - Eu não matei o pai de vocês, eu não teria coragem de fazer isso nunca. Eu não sei qual informação vocês conseguiram, mas eu fui lá entregar o dinheiro, o traficante que ele devia estava com ele, na hora os caras pegaram o pai de vocês a força e colocou ele pra dentro da van... Eu... eu só escutei o tiro! Não foi eu, eu acho que você me conhece bem, Bia. Muito bem pra saber que eu não faria isso pra ninguém! Ninguém merece a morte, nem mesmo as piores pessoas!

-Eu falei Bia! - Ainda ouvi a Julia falar enquanto a Bianca caía em prantos, eu não ia ter culpa numa coisa que eu não fiz.
Fiquei no quarto dos brinquedos com as crianças, meu coração andava apertado demais e meu pensamento dava confuso, acho que meu relacionamento não era normal, nunca teve anormalidade, a não ser esses pequenos que faziam parte da minha vida mais e mais. Julia apareceu chamando as crianças pra jantar e eu pedi que ela esperasse.
-Ju, como que souberam que ele tinha morrido?
-Ele estava jogado na lata do lixo, na hora chamaram a policia, estava uma loucura na rua principal, onde a Laura teve que passar, ela logo o reconheceu, e chegou contando. Para mim foi mais que merecido, ele era meu pai mas não passava de um estupido. E eu sei que não foi você, você é um cara família, não ia sujar as suas mãos com um velho aproveitador!
-Obrigado por acreditar em mim! - Sorri bondoso.
-Logo a Bia vem se desculpar com você, ela só estava com os pensamentos confusos.
-Eu sei! - Sorri agora tentando dizer que o meu relacionamento ia continuar, eu achava.
-Vou descer! - Ela avisou antes de sair do quarto. Acabei indo pro meu, procurei por um remédio de dor de cabeça, o dia estava horrível e eu só queria virar a pagina desse dia de hoje. 
Eu cheguei a cochilar depois de virar na cama seguidas vezes, mas fui interrompido pela porta sendo aberta e as crianças entrando, Bianca entrava também, mas não demorou muito pra ela chamar os dois pra dormir, os dois quiseram vir pra cama e acabar de me acordar, dei beijos nos meus pequenos e eles se contentaram em dormir no quarto deles. Finalmente acabei adormecendo, nem jantar eu fui.
Acordei no meio da madrugada ouvindo um choro, logo entrei em alerta e vi que quem chorava era a Bia, ao meu lado, no mesmo momento trouxe ela pra perto de mim, já que ela estava afastada.
-Amor, não chora! - Apertei ela contra meu corpo.
-Me desculpa por ter pensado isso de você. Eu sei que você é a pessoa mais bondosa que existe nesse mundo e eu te acusei sem pensar. Me desculpa de verdade! Por favor! - Ela suplicava. Eu ainda estava magoado mas ia deixar passar essa, ela estava em choque logo que recebeu a noticia.
-Tudo bem, eu te perdoo! A gente tá aqui pra errar e acertar ao mesmo tempo não é? - focei um sorriso, ela concordou ainda chorando. Ajudei ela a levantar, lavar o rosto e voltamos a dormir, dessa vez ela dormiu e eu fiquei acordado perambulando pela casa.

Narração da Bianca.


Laura me trouxe uma noticia um pouco confortante mas ao mesmo tempo dolorida, meu pai tinha sido morto e jogado numa lixeira, em plena luz do dia. No mesmo momento pensei que fosse o Luan, ele ia se encontrar com ele e entregar o dinheiro, mas o ser humano é capaz de tudo não é mesmo? E eu pensei que o Luan fosse capaz de matar o meu pai. Julia não ficou do meu lado, ela dizia que foi bem feito ele ter morrido, mas também não acusava o Luan de ter feito isso, dizia que o Luan não ia sujar as mãos dele, enfim, Laura ficou imparcial ela dizia que foi bom ele ter ido, pois não queria olhar pra ele vendo o estado que ele se encontrava antes da morte dele. Então eu era a única a acusar o Luan, ele ao descer ficou surpreso com a minha acusação, era forte eu sei. Mas minha dor pela perda que eu nunca tinha era demais. Mais alguém da minha família tinha morrido. Eu esperava que parasse por ali. Meu passado veio a tona, lembrei dos poucos momentos da minha mãe, das minhas irmãs pequenas, todas felizes.
Laura me repreendeu depois que o Luan subiu, as duas disseram que não era o Luan, só eu mesmo que eu não o conhecia o bastante? Eu que sempre durmo ao seu lado não sabia se ele era capaz ou não de matar alguém?
Acabou que o tempo foi passando e me acostumando com a ideia, eu parei pra pensar e deduzi que o meu Luan não faria isso, isso jamais.
Acordei com a luz do sol batendo no meu rosto e deduzi ser quase dez da manha, Luan não estava na cama. Entrei no banheiro e tomei um banho bem demorado, eu necessitava, eu tinha uma grande dor de cabeça, resultado do choro insistente que eu tive na madrugada e que Luan me amparou, mesmo magoado ele me dava colo quando eu precisava.
Depois de vestida desci, Luan estava dormindo no sofá da sala, ele era espaçoso mas não era uma cama e eu tinha certeza que Luan ia sofrer nas viagens. As viagens, droga, queria ele mais tempo aqui comigo. Mas era impossível.
-Amor, levanta daí, vai ficar com dor nas costas! - Beijei seu rosto tão angelical. Ele abriu os olhos preguiçosamente e virou o rosto. - Vamos meu bem, acorda rapidinho, vamos pra cama e você dorme melhor! - Sorri vendo ele coçar os olhos e mexer no cabelo.
-Tá!
Ele se sentou, bocejou e se levantou seguindo pro quarto, por sorte estava de camiseta e calção, Cida não ia ver ele de cueca como eu sempre vejo. Entramos no quarto e eu logo tratei de fechar as janelas e as cortinas. Ele foi ao banheiro e logo voltou, o cobri com o edredom e liguei o ar novamente, ele gostava de dormir no geladinho.
Desci novamente e encontrei Cida na cozinha, ela me lançou um sorriso, acreditando que eu havia brigado com o Luan já que o mesmo dormia na sala. Eu preferi dizer nada, eu não briguei com ele, ou briguei? Mas contudo eu não queria expor a raiz do problema, meu pai.
Tratei de conversar sobre a Julia que deveria tá dormindo ainda e ainda falei da Laura que voltou, e foi dormir na casa dela.
Fui acordar as crianças por hoje ser feriado elas não teriam aula, mais tempo em casa, eles desceram e foram tomar o seu café da manhã. Marizete ligou pra casa perguntando se as crianças já tinham acordado, pelos gritos daqui de casa ela logo entendeu que eles já tinham acordados, então propôs que eles fossem a um parque aquático muito bem falado aqui em São Paulo, ela disse que a Bruna tinha trabalho e que a Maria Clara ficaria com ela, então uma criança sozinha com os avós não é a mesma coisa com três netos. Liberei a ida das crianças, elas precisavam, e eu pretendia sair com as minhas irmãs.
Arrumei as coisas que as crianças precisariam, eles saíram daqui já almoçados, ganhei beijos deles dois e um gostoso "Eu te amo" dos dois, e aquela velha competição de quem me amava mais.
Julia acordou logo depois que as crianças saíram, fomos almoçar e eu contei que hoje poderíamos fazer o nosso programa de irmãs, liguei pra Laura e ela amou a ideia.
Julia foi pro quarto e eu fui chamar o Luan pra almoçar, ele sairia daqui 4 da tarde e precisava se arrumar. Ele levantou alegando dor de cabeça, deixei um remédio pra ele e roupas limpas em cima da cama enquanto eu arrumava as malas dele. Depois que ele saiu do banho, se vestiu e desceu pra comer, eu continuei arrumando, era muita coisa e eu não podia esquecer nada, nem a escova de dente. Depois de tudo pronto, Luan subiu e ficou nas redes sociais por um tempinho, se vestiu, arrumou o cabelo e questionou o paradeiro das crianças.
-Foram pra um parque aquático com seus pais e a Maria Clara.
-Ah sim, nem me despedi deles! - Ele lamentou.
-Logo você volta! - Sorri.
-Pois é. Daqui duas semanas! - ele disse irônico. Suspirei.
-Hoje vou sair com as minhas irmãs, vamos fazer um programa família. - Contei tentando puxar assunto.
-Que bom. Vai fazer bem a vocês!
Parecíamos dois conhecidos distantes, eu odiava isso. Eu sabia que aquilo tudo era magoa. Mas eu não podia evitar isso, não depois de ter ofendido ele.
Luan levou as malas pro andar de baixo deixando elas perto da porta enquanto esperava a van chegar, desci logo depois, também esperando pra me despedir dele. Quando a van buzinou levantamos juntos.
-É... tchau! - Luan disse sem graça também.
-Vai com Deus tá? Te amo, muito! - Me aproximei dele e fiz ele abaixar um pouco pra me beijar, um beijo tão bom, um beijo de que ambos não queriam se soltar ou se afastar.
-Eu também te amo meu neném! - Ele sorriu e eu já queria que ele voltasse.

Ai ai esses dois hein!





4 comentários:

  1. Que amor. Espero que Julia não seja traira

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  2. Fiquei com dó do Luan 😥 Mas essa despedida já aliviou um pouco hein 💗 Amo esse casal 💗 {já sabe o que penso a respeito da Julia né?!} não venha com ideias mirabolantes ✋🏼👀😂 Continuaaaaaaaa, gata 😎

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  3. Pelo menos assim eles vão viver um pouco em paz.

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Oiii! Pode me dizer se estar gostando do capítulo ?